Pelo: Dr.
Fernando Frei
Este material é uma compilação de textos de diversos autores e da experiência do
autor na área. O objetivo é abordar questões técnicas das pesquisas
científicas. Abordagens filosóficas, extremamente importantes, não fazem parte
do enfoque deste material, que deve ser visto como um guia simples.
O nível de excelência do
conhecimento criado no país, embora possa ter conotações nitidamente regionais,
deve ser equiparável ao produzido em centros de pesquisa de caráter mundial.
Para que esse alvo seja atingido, tem-se que contar com a infra-estrutura
sólida, mas principalmente e, antes de mais nada, com pesquisadores capacitados
cuja formação tenha seguido um difícil roteiro calcado em normas e princípios
universais dentro da rígida metodologia científica (Goffi, f. c., 2005).
O Homem interage com a natureza e os objetos à sua
volta, interpretando o universo a partir das referências sociais e culturais do
meio em que vive. Apropria-se do conhecimento através das sensações, que os
seres e os fenômenos lhe transmitem. O conhecimento pode ser classificado como
Senso Comum, Teológico, Filosófico e Científico.
É
o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o
conhecimento adquirido através de ações não planejadas. (José Luiz de Paiva
Bello , Rio de Janeiro – 2004). O Senso comum, é instintivo, espontâneo,
subjetivo, acrítico, permeado pelas opiniões, emoções e valores de quem o
produz (João José Saraiva da Fonseca, 2005).
Exemplos: “Na minha área, a estatística,
me deparo diversas vezes com o senso comum. Em muitas ocasiões, realizo
pesquisas de opinião em que o número de entrevistados (amostra) é sempre
questionado. Muitas vezes alguém se aproxima e indaga: Se você entrevistou 600
pessoas em uma cidade que possui 50 mil habitantes, aqui deveria entrevistar
1200 pessoas, pois nossa cidade possui 100 mil habitantes, não é verdade? Não,
não é! O senso comum diz que sim, mas a teoria, que funciona muito bem, diz que
não. A amostra, praticamente, não depende do tamanho da população. Outro
exemplo muito utilizado sobre o senso comum é apresentado pelo Professor Prof.
Luiz Ferraz Netto: “A observação diária nos diz que uma pena flutua no ar e uma
pedra se precipita velozmente para o chão. O que leva o senso comum a acreditar
que, objetos de pesos diferentes caem a velocidades diferentes”. Galileu
mostrou que tudo cai com a mesma velocidade. A pena só desce mais devagar
porque o ar reduz sua velocidade. No vácuo, onde não há resistência do ar, a
pena e a pedra chegariam juntas ao chão (O inglês Robert Hooke, em 1657,
comprovou a Lei de Galileu. Usando uma bomba de ar para criar vácuo dentro de
um cilindro de vidro vertical, Hooke solta uma pena e uma moeda de metal de
certa altura, dentro do cilindro. A moeda e a pena chegam ao fundo ao mesmo
tempo). Publicado no jornal O Diário de Assis (O Trânsito, A Sociedade Civil, O
Senso Comum e O Especialista
terça-feira, 21 de fevereiro de 2006).
1.2.
Conhecimento Científico
O
conhecimento científico é o que é produzido pela investigação científica,
através de seus métodos. Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções
para problemas de ordem prática da vida diária, mas do desejo de fornecer
explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas
empíricas. (Saiz, F., 2006).
É
o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua
origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia
científica. Podemos então dizer que o Conhecimento Científico:
- É racional e objetivo.
- Atém-se aos fatos. - Transcende
aos fatos.
- É analítico.
- Requer exatidão e clareza.
- É comunicável.
- É verificável.
- Depende de investigação
metódica.
- Busca e aplica leis.
- É explicativo.
- Pode fazer predições.
- É aberto. - É útil
Tem por origem a capacidade de reflexão do homem e por instrumento exclusivo o raciocínio. Distingue-se do científico pelo objeto de investigação e pelo método.
É caracterizado pelo esforço da razão pura para
questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado,
utilizando exclusivamente a própria razão humana. O objeto de análise da
filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências lógicas.
Apresenta como características:
- valorativo – seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não podem ser submetidas à observação;
- não é verificável – pois as hipóteses filosóficas, não podem ser confirmadas nem refutadas;
- racional – consistir num conjunto de enunciados logicamente relacionados;
- sistemático – suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada;
- infalível e exato – os postulados, bem como as hipóteses, não são submetidas ao decisivo teste da observação (experimentação)
2. TIPOS DE
PESQUISA
2.1. Pesquisas Qualitativas Vs Quantitativas
2.1.1. Pesquisa
qualitativa: considera
que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode
ser traduzido em números.
2.1.2.1. Pesquisa
Descritiva
A pesquisa descritiva procura
observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos
(variáveis), sem que o pesquisador interfira neles ou os manipule. Este tipo de
pesquisa tem como objetivo fundamental a descrição das características de
determinada população ou fenômeno. Ou, então, o estabelecimento de relações
entre variáveis, isto é, aquelas que visam estudar as características de um
grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade,
estado de saúde física e mental, e outros. Procura descobrir, com a precisão
possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os
outros, sua natureza e características.
São inúmeros os
estudos que podem ser classificados como pesquisa descritiva e uma de suas
características mais significativas é a utilização de técnicas padronizadas de
coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática, e
instrumentos como a observação e o formulário.
2.1.2.2. Pesquisa Experimental
A pesquisa experimental
caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis relacionadas com os
objetos de estudo. A manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação
entre causas e efeitos de um determinado fenômeno. Interfere-se diretamente na
realidade, manipulando-se a variável independente, a fim de observar o que
acontece com a dependente. Este tipo de pesquisa inicia-se com algum tipo de
problema ou indagação e pretende dizer de que modo ou por que causas o fenômeno
é produzido.
Essencialmente, a
pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo e definir as formas de controle e
de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
A pesquisa
experimental exige que o problema seja colocado de maneira clara, precisa e
objetiva, devendo o seu planejamento incluir os seguintes passos: formulação do
problema; construção das hipóteses; operacionalização das variáveis; definição
do plano experimental; determinação dos sujeitos; determinação do ambiente;
coleta de dados; análise e interpretação dos dados; e apresentação das
conclusões.
A pesquisa
ex-post-facto tem seu planejamento semelhante ao da pesquisa experimental.
Contudo, não é possível fazer a manipulação de variáveis independentes, que
chegam ao pesquisador já prontas. O pesquisador necessitará, portanto,
localizar grupos de indivíduos que sejam bastante semelhantes entre si, isto é,
que tenham aproximadamente a mesma idade, as mesmas condições de saúde, que
pertençam à mesma classe social, e outros.
--------------------------------------------------------------------------------
(* e **) De acordo com Lakatos,
Eva Maria ; Marconi, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica.
3ª ed. São Paulo: Atlas, 1985. p. 138.
* Variável independente (X) é
aquela que influencia, determina ou afeta outra variável; é fator determinante,
condição ou causa para determinado resultado, efeito ou consequência; é o fator
manipulado pelo investigador, na sua tentativa de assegurar a relação do fator
com um fenômeno observado ou a ser descoberto, para ver que influência exerce
sobre um possível resultado. Numa pesquisa é vista como o antecedente. Os
estudiosos fazem predições a partir de variáveis independentes para dependentes.
Porém, ao contrário, quando querem explicar um fato ou fenômeno
encontrado—variável dependente—procuram a causa—variável independente.
Existem diversas classificações que apresentam outros tipos de pesquisa, como por exemplo: Pesquisa Documental, Pesquisa Bibliográfica, Estudo de Caso, Estudo de Coorte, Estudos Longitudinais entre outros. No entanto, devido à experiência de docência junto ao Curso de Ciências Biológicas, desta faculdade, grande parte dos trabalhos desenvolvidos apresentam características de pesquisas experimentais ou descritivas. Cabe lembrar, que o importante é que o pesquisador saiba usar os instrumentos adequados para encontrar respostas ao problema que ele tenha levantado.
3.
ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA
3.1. Capa
Deve
conter:
-
Instituição onde o trabalho foi executado (opcional)
-
Nome do autor
-
Título (e subtítulo, se houver) do trabalho
-
Se houve mais de um volume, a especificação do respectivo volume
-
Cidade e ano de conclusão do trabalho
Deve conter:
- As mesmas informações contidas
na Capa
- As informações essenciais da
origem do trabalho
-
Tem a finalidade de se dedicar o trabalho a alguém, como uma homenagem de gratidão
especial. Este item é dispensável.
3.4.
Agradecimento
-
É a revelação de gratidão àqueles que contribuíram na elaboração do trabalho.
Também
é um item dispensável.
-
É a citação de uma frase de algum autor que expresse, de forma consistente, o
conteúdo do trabalho. A localização fica a critério da estética do autor do
trabalho. Deve vir acompanhada do nome do autor da frase. Podem estar
localizadas também nas folhas de abertura das seções primárias. É um item
dispensável.
3.6.
Resumo em Língua Portuguesa
-
Texto (e não tópicos) que represente um resumo conciso do trabalho. Geralmente
apresenta um limite de palavras (500 palavras)
-
Tradução, para o inglês, espanhol ou francês, do resumo em língua portuguesa. É
um item obrigatório.
-
Apresentada na ordem em que aparece no trabalho, com o nome da ilustração e a
página onde se encontra. Caso haja mais de um tipo pode ser apresentado
separadamente (fotografias, gráficos, tabelas etc.). É um item opcional.
-
Abreviações e siglas apresentadas no texto, apresentada em ordem alfabética. É
um item opcional.
Exemplo:
ABED
- Associação Brasileira de Educação a Distância
ABNT
- Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANDIFES
- Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior.
ANPED
- Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
APM
- Associação de Pais e Mestres.
-
"Enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um
documento, na mesma ordem em que a matéria nele se sucede" (NBR 6027).
-
O título de cada seção deve ser datilografado com o mesmo tipo de letra em que
aparece no corpo do texto.
-
A indicação das páginas localiza-se à direita de cada seção.
1
- SEÇÃO PRIMÁRIA
1.1
- SEÇÃO SECUNDÁRIA
1.1.1
- Seção Terciária
1.1.1.1.
- Seção Quaternária
1.1.1.1.1
-
Seção Quinária
Outras
opções são possíveis para apresentação do sumário
4.
TEXTO
-
O texto deve expor um raciocínio lógico, ser bem estruturado, com o uso de uma
linguagem simples, clara e objetiva.
a)estabelecer o assunto, definindo-o claramente, sem deixar dúvida quanto ao campo e período abrangidos e incluindo informações sobre a natureza e a importância do problema;
b)indicar os objetivos e a finalidade do
trabalho, justificando e
esclarecendo sob que ponto de vista é tratado o assunto;
|
-
A revisão tem como objetivo apresentar os estudos mais relevantes sobre o tema
abordado no trabalho em pauta para se ter um conhecimento prévio do estágio em
que se encontra o assunto. A pesquisa bibliográfica pode levar a novas visões
sobre um problema.
A
Revisão da Literatura deve:
a)
Fazer referência a trabalhos anteriormente publicados, situando a evolução do
assunto.b) Limitar-se às contribuições mais importantes diretamente ligadas ao assunto.
c)
Mencionar o nome de todos os autores, no texto ou em notas e, obrigatoriamente,
nas referências.
A revisão da
literatura pode ser destacada da Introdução, constituindo um capítulo à parte,
a critério do autor.
-
É a descrição completa dos
procedimentos metodológicos que permitam a compreensão dos resultados.
Pode-se levar em consideração os
seguintes aspectos:
• A descrição precisa dos métodos, materiais, técnicas e equipamentos utilizados deve permitir a repetição do experimento ou estudo com a mesma exatidão por outros pesquisadores.
• Os métodos inéditos desenvolvidos pelo autor devem ser justificados e as suas vantagens em relação a outros devem ser apontadas.
• Os processos técnicos a que foram submetidos os produtos e os tratamentos empregados devem ser citados.
• Às técnicas e aos métodos já conhecidos pode-se fazer apenas uma referência e não descrições; neste caso, é suficientemente a citação do seu autor.
• Técnicas novas podem ser descritas com detalhes, e novos equipamentos, ilustrados com fotografias e desenhos.
• Os dados utilizados na análise
estatística devem figurar no texto ou serem anexadas ao trabalho.
• A análise dos dados, sua
interpretação (resultados) e a discussão teórica podem ser conjugadas ou separadas, conforme for mais adequado aos objetivos
do trabalho. PREFIRA
APRESENTAR NESTE CAPÍTULO APENAS OS RESULTADOS.
• Os diversos resultados obtidos,
sem interpretações pessoais, devem vir agrupados e ordenados convenientemente,
podem do eventualmente ser acompanhados de tabelas, gráficos, quadros ou
figuras com valores estatísticos, para maior clareza.
• Os dados experimentais obtidos
podem ser analisados e relacionados com os principais problemas que existam
sobre o assunto, dando subsídios para a conclusão.
|
É o principal capítulo do trabalho.
Nele o autor justifica e discute
seus procedimentos e achados expostos no capítulo de “resultados”.
Vale frisar que no capítulo de
“introdução” o autor expõe o assunto de seu trabalho, citando sempre
informações e opiniões de outras fontes, e não as suas próprias.
No capítulo de “método” e no de
“resultados”, não podem haver comentários nem justificativas para os procedimentos e achados descritos.
Nestes os dados são simplesmente expostos sem nenhuma opinião sobre os mesmos.
Já na discussão, o autor tem
total liberdade para, de forma concisa, explicar, justificar, e até mesmo
sugerir condutas e ou novas pesquisas na área estudada.
Obviamente, a responsabilidade
sobre as opiniões emitidas recairá unicamente sobre o autor. Se bem colocadas e
embasadas, trarão crédito, porém se não fundamentadas ou equivocadas, demérito
ao autor.
Além de ser o principal capítulo
de um trabalho, é também o mais difícil de ser escrito.
“Há uma tendência natural em se
repetir os dados citados no capítulo de resultados”.
Por exemplo:
Ao estudar-se a cor de pássaros
em uma floresta, tem-se como resultados:
TABELA
I - Cor de pássaros encontrados na floresta X em 2001.
Cor dos pássaros
|
Número de pássaros observados
|
%
|
Verde
|
158
|
48,88
|
Marrom
|
146
|
41,47
|
Vermelho
|
48*
|
13,63
|
TOTAL
|
352
|
100
|
Fonte:
Fichas de avaliação do trabalho.
P ≤ 0,05
(KOLMOGOROV – SMIRNOV)
Ao se redigir a discussão a
tendência natural seria:
“Na floresta X, foram encontrados
158 pássaros verdes (48.88%), 146 marrons (41,47%) e 48 vermelhos (13,63%).
O número de pássaros verdes e
marrons se equivale, porém são mais numerosos que os vermelhos, o que também
foi observado pela primeira vez por
Fulano (1987) 12.
Em 1990 e 1993 Ciclano5
e Beltrano3 respectivamente, também observaram tal fato.
Deste modo conclui-se que os
pássaros verdes e marrons são mais numerosos que os vermelhos.”
Observe que de modo simplista os
dados do capítulo resultados foram repetidos, e comparados aos da literatura.
Isto na realidade não é discutir um assunto.
Para que se realize uma boa
discussão devemos cumprir 5 fases de raciocínio.
a) Interpretação
individual dos dados:
Analise cada dado pesquisado
individualmente, e os compare com achados da literatura.
b) Interpretação
conjunta dos dados:
Raciocine globalmente com todos
os dados observados, e procure verificar se não há nenhum dado discordante dos
demais; que tenha sido totalmente inesperado ou que vá contra a média dos
achados observados na literatura.
Questione-se sobre seus
resultados, quais os motivos pelos quais eles podem ter ocorrido, será que não
houve fatores externos que os influenciaram? Compreenda todos seus dados. Peça
ajuda de outras pessoas mais experientes na área, para esta análise.
d) Confronto
dos achados com a literatura:
Verifique o que outros autores já
pesquisaram sobre o assunto, verifique se concordam ou discordam de seus
achados. Se discordam, quais os motivos pelos quais existe esta discordância ?
e) Formulação
de explicações e/ou hipóteses para os achados:
Procure achar os
motivos pelos quais você obteve seus resultados.
Sugira o porque
destes serem diferentes daqueles citados pela maioria dos autores.
Tente achar as
razões pelas quais os fatos ocorreram.
Elabore e sugira
sugestões para próximas pesquisas.
Todos seus
parágrafos devem ser interligados pelas idéias que transmitem, logo em uma boa
discussão, se um parágrafo for omitido, ou mesmo trocado de sua ordem original,
todo o texto ficará sem sentido.
Se você conseguir
retirar um parágrafo e o sentido geral do texto não for perdido, ou o parágrafo
possui informações supérfluas, ou está mau escrito.
Porém, desde 1987
Fulano12, já havia descrito uma predominância de pássaros verdes e
marrons sobre os vermelhos, com tendência a diminuição da população destes
últimos.
Tal fato foi também
descrito por autores como Ciclano (1990)5 e Beltrano (1993)
3, e reafirmado nos resultados observados no presente estudo.
Ciclano (1990)5
sugeriu que a predominância de pássaros de coloração vermelha fosse menor que
as demais cores devido apresentarem um menor número de ovos em cada ciclo de
postura.
Porém foi
contestado por Beltrano (1993)3, devido a apresentarem um
ciclo anual de postura a mais que os verdes e marrons, o que levaria a uma
média anual de filhotes semelhante entre todas as aves observadas.
Em concordância com
Beltrano (1993)3, o presente trabalho também identificou
média anual de filhotes similar entre os grupos estudados.
No entanto, foi
observada uma maior incidência de ataques bem sucedidos por parte dos
predadores aos pássaros vermelhos. Talvez pela sua maior dificuldade de
camuflagem na floresta ou até mesmo por sua menor agilidade, estes possam estar
mais vulneráveis a predadores e daí sua menor proporção dentre a fauna
estudada.
Quaisquer que sejam
as causas da diminuição progressiva dos pássaros vermelhos, todos os esforços
devem ser utilizados para estas sejam identificadas a tempo de se evitar um
desastroso final, com a extinção de mais uma espécie em nosso planeta.”
Note que em momento
algum desta versão da discussão foram citados números (devem permanecer no
capítulo de resultados).
A retirada de um
parágrafo implica na perda ou prejuízo do entendimento do contexto, que deve
ser contado como uma história, tendo uma seqüência lógica e com idéias
interligadas.
Este
é sem dúvida o capítulo mais difícil de ser escrito, porém a persistência e a
prática, levarão resultados cada vez melhores.
Responde diretamente ao objetivo.
É restrita aos principais resultados encontrados.
|
É o capítulo que fecha o trabalho.
Uma conclusão bem elaborada
demonstra a capacidade de coerência do autor.
Ela deve ser sucinta, objetiva,
concisa e baseada no título e principalmente, responder diretamente ao OBJETIVO
do trabalho.
Não
deve extrapolar a idéia proposta no objetivo como no exemplo:
Título:
“Correlação dos achados colonoscópicos com a síndrome diarreica.”
Objetivo:
“Estudar o papel da colonoscopia no esclarecimento diagnóstico de pacientes
portadores de diarréia crônica.”
Conclusão:
“Através dos dados obtidos em nossa casuística, podemos afirmar que a diarréia
crônica é uma patologia de alta prevalência em nossa região.
Esta
pode ser causada por associação de fatores, como verminoses, toxiinfecções
alimentares e outras.
A
associação mais observada foi a de colite difusa inespecífica e a parasitose
intestinal.
Por
fim concluímos que somente a sintomatologia diarreica, não foi específica para
as diferentes patologias, sendo impraticável definir um diagnóstico definitivo,
tendo por base, apenas as características do quadro diarreico, sendo
imprescindível o papel da colonoscopia no diagnóstico preciso desta entidade
clínica.”
-
É todo material suplementar de sustentação ao texto (itens do questionário
aplicado, roteiro
de entrevista ou observação, uma lei discutida no corpo do texto etc.).
É
o conjunto de indicações que possibilitam a identificação de documentos, publicações,
no todo ou em parte. Os exemplos estão expressos no Anexo 1 .
4.9.
Glossário
-
É a explicação dos termos técnicos, verbetes ou expressões que constem do
texto.
Sua
colocação é opcional
Fontes
primárias: Contém trabalhos originais com conhecimento original e publicado
pela primeira vez pelos autores. Exemplos: Monografias, teses universitárias,
livros, relatórios técnicos, artigos em revistas científicas, anais de
congressos.
Fontes
secundárias: Contém trabalhos não originais e que basicamente citam, revisam e
interpretam trabalhos originais. Exemplos: Artigos de revisão bibliográfica, livros-texto,
tratados, enciclopédias, artigos de divulgação.
Fontes
terciárias: Contém índices categorizados de trabalhos primários e secundários,
com ou sem resumo. Exemplos: Bases de dados bibliográficos, índices e listas
bibliográficas.
Ficha
Bibliográfica
Aprofundamento
e Refinamento
Seleção
de Referências
Localização
e Obtenção
Leitura
e Redação
·
Portal Periódicos da CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br/),
O portal da CAPES de informação científica
·
PubMed - Acesso ao Medline, o maior
banco de dados de publicações em biomedicina
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/PubMed/)
·
Medline
(Assesso em português)
(http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&base=MEDLINE_1993-2005&lang=p)
·
ERL - WebSPIRS
(http://www.portaldapesquisa.com.br/databases/sites?authtype=ip&cust=cruesp&perfil=usp),
Electronic Reference Library, acesso a partir de computadores em niversidades
públicas
·
ScienceDirect
(http://www.sciencedirect.com/), electronic collection of science, technology
and medical full-text and bibliographic information
·
Web
of Science
(http://www.webofscience.com), acesso a partir de computadores em Universidades
públicas
5.2. Comitê De Ética
Pesquisas
com financiamento Fapesp, e outras agências e trabalhos com vista a publicação.
Representante
da Ciências Biológicas – Dra. Regina Coeli Cunha Dórea
Instruções,
Formulários, etc.:
http://www.assis.unesp.br/cep/index.htm
A
linguagem científica é denotativa: clara, concisa, precisa, “nada” nas
entrelinhas.
Qualidades
linguagem científica
Estratégias
para tornar o texto mais conciso
–
Modificar a redação – Eliminar termos desnecessários – Empregar termos menores
– Evitar repetição de palavras.
Modificar a redação
Analisando
os dados contidos na tabela 1, verifica-se que não houve diferença quanto à
produção...
Não
houve diferença na produção (tabela 1)...
Termos desnecessários (eliminar)
Os dados
estão na tabela a seguir...
O
experimento 1 foi executado assim: terreno preparado mecanicamente, Plantio
manual e adubação de acordo com Soares (1985). - 18 palavras.
Utilizar
sinônimos, para evitar repetição de palavras.
Evitar: médio, grande, pequeno, quase
todos, nem todos, muitos deles
Não empregar: aproximadamente, antigamente,
recentemente, lentamente, provavelmente, possivelmente, talvez
Números
Citar
apenas siglas conhecidas
correção – concisão – clareza – harmonia
– originalidade – vigor
– precisão
Como já
foi mostrado anteriormente...
Peso
meio ao redor de 5 kg
Polpa de cor alaranjada
Repetição de palavras (evitar)
O
experimento 1 foi executado assim: o terreno foi preparado mecanicamente, o
plantio foi realizado manualmente e a adubação foi de acordo com Soares
(1985).- 25 palavras
Evitar tautologia (dizer o mesmo duas vezes, com
palavras diferentes)
- Em minha própria opinião pessoal
- Agrupados conjuntamente
- Um após outro, em sucessão
- que se conhece pelo nome de = denominado
- com a exceção de = exceto
- durante o tempo em que = enquanto
Circunlóquio (várias palavras que podem ser
substituídas, sem perder o significado, por uma única palavra).
Evitar Linguagem pessoal
Não
construir parágrafos muito longos.
Padronizar,
quando houver diferentes opções.
Evitar o
uso de termo estrangeiro, quando houver o correspondente em português.
Evitar
cacofonia.
Evitar
rimas.
Evitar o
uso de termos desconhecidos (pouco empregados).
Utilizar
verbos na Voz passiva sintética. (foi realizado…)
Evitar o
uso da voz passiva com o pronome apassivador “se”, pois este dá idéia de
indefinição do sujeito (utilizou-se ...)
Nunca
utilizar as 1ªs pessoas do singular e plural (eu, nós).
Não
iniciar parágrafos com verbos. Iniciar preferencialmente com o sujeito da
oração.
Evitar
parágrafos longos (mais de 5 linhas), pois dificultam a compreensão.
Evitar o
uso do gerúndio Ex. “empregando” no lugar de "foi empregado”
Usar: 60%, 63%, 85%
- Escrever por extenso de um a dez. Ex. Foram comprados seis impressoras
- Escrever em algarismo acima de dez. Ex. Os 21 filmes foram adquiridos do mesmo fornecedor.
- Se em uma mesma frase houver números maiores e menores que 11, expressar só em algarismo arábico. Ex. Na pesquisa foram analisadas 5 amostras do sul e 12 do norte.
- Escrever por extenso no início da frase. Ex. Trezentas pessoas estiveram presente...
- Números ordinais: Extenso do primeiro ao décimo, algarismo arábico seguido do símbolo. Ex. segundo nono 15º 45º 13º
Siglas
Quando
mencionada pela primeira vez no texto, escreve por extenso e coloca em ( ) ou separada por hífen.
Ex. A
Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP) foi fundada em 1937. ou
- FESP foi fundada em 1937.
Monografia,
como o próprio nome diz, é um texto que procura analisar e pesquisar um
determinado assunto muito específico. Bem, como é óbvio, a primeira coisa ao
elaborar uma monografia é a delimitação do tema. Deve-se evitar trabalhar com
temas muito amplos justamente porque mais do que em qualquer situação, em um
texto científico é impossível abraçar o mundo com as pernas. É a delimitação
que permite que o assunto seja aprofundado, e permite também que o autor tenha
controle sobre ele. Para fazer uma boa monografia sobre um tema amplo, seria
necessário toda uma vida, e mesmo assim é capaz que saísse algo fraco.
Além
disso, é importante lembrar que o autor de uma monografia deve se tornar uma
autoridade naquele assunto. E, teoricamente, ele deve entender mais do assunto
mais do que o orientador ou as pessoas que fizerem parte de sua banca. Se faço
uma monografia sobre um tema amplo, vamos dizer “Aborto”, dificilmente terei
condições de dominar completamente o
assunto e certamente os componentes da banca entenderão mais de aborto do que
eu. Se, no entanto, eu trabalho o tema “Aborto em casos de violência sexual”,
isso delimita mais o meu assunto e me permite ter mais controle sobre ele.
Poucas pessoas são especializadas nesse assunto. Mas é possível delimitar ainda
mais o tema. Vejam: “O aborto em casos de violência sexual em Macapá no período
de 1990 a 1998”.
Será
absolutamente impossível encontrar alguém que entenda mais do assunto do que a
pessoa que fez a pesquisa e ela passa a ser, a partir daí, a autoridade naquele
assunto.
2 –
Acione o ícone General Search
3 –
Escolha as opções desejadas (período, autor, etc.)
Etapas
do Método de Pesquisa
1.Escolha
do tema
2.Revisão
de literatura
3.Justificativa
4.Formulação
do problema
5.Determinação
de objetivos
6.Metodologia
7.Coleta de dados
8.Tabulação
de dados
9.Análise
e discussão dos resultados
10Conclusão
da análise dos resultados
11.Redação
e apresentação do trabalho científico
12.Divulgação
BARRADAS
M.M. II Encontro de Editores e Autores de Publicações Científicas. 2005. Os
cientistas precisam escrever?
BELLO J.
L. P. Metodologia Científica. Universidade veiga de almeida – UVA Rio de
Janeiro – 2005. Disponível em http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/metcomp.pdf
BRITO N
M B. Manual de Trabalhos Científicos. NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO DE MEDICINA
– CCBS – UEPA Belém - PA, 2004.
DANTON
G. MANUAL DE REDAÇÃO CIENTÍFICA. Virtual Books.2000.
FIGUEIREDO
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SCHMID
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