Manuel Coutinho Carmo Bucar Corte Real, SE, M.Ec.

Chefe Departamento de Ciência da Economia da FE da UNTL, Fevereiro-Setembro de 2000, Decano da FE da UNTL, Setembro de 2000 até Agosto de 2006, Inspector Geral do Estado, Agosto de 2006-Setembro de 2007, -Comissario Adjunto da CAC de Timor-Leste (2010 - 2018),
Docente Senior da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Nacional de Timor Loro-Sa´e
(Mês de Junho de 2000 até presente, 2023)

O Mundo de Informações

Artigo: TEORIA do CICLO de NEGÓCIOS REAL

TEORIA MACROECONÓMICA AVANÇADA

(EKO712H)

 

Docente

Dr. I Nyoman Mahaendra Yasa, SE., M.Si.

Por:

Manuel Coutinho Carmo Bucar Corte Real, SE., M.Ec.

2090611002

 

 

DOUTORAMENTO EM CIÊNCIA DA ECONOMIA

FACULDADE DE ECONOMIA E NEGÓCIOS

UNIVERSIDADE DE UDAYANA

DENPASAR

2022


Prefácio

 

            Louvado o autor por escalar perante Deus Todo-Poderoso, porque para As Suas bênçãos, misericórdia e orientação, o autor pode completar um trabalho intitulado "Teoria do Ciclo Real" no curso de Teoria Macroeconómica Avançada no Programa de Estudos Doutorais em Economia, Faculdade de Economia e Negócios da Universidade Udayana em 2022.

              O objetivo do investigador que cria este trabalho é fornecer referências adicionais, bem como adicionar uma nova compreensão da Teoria do Ciclo Empresarial Real. Esta teoria discute como a atividade económica pode funcionar a curto e longo prazo, como o verdadeiro ciclo empresarial progride e o surgimento da Nova Economia Keynesiana.

              O autor está plenamente consciente de que na elaboração deste trabalho ainda existem muitas deficiências causadas pelas limitações das capacidades e experiência do autor. No entanto, espera-se que este documento proporcione benefícios aos interessados, tanto no interior como nos partidos externos.

 

                                                                        Denpasar, 25 de Outubro de 2022

                                                                                                O Escritor

 

 

 

 

 


I.                   Antesedente

A maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento na execução das suas políticas macroeconómicas é sempre confrontada com a forma como uma economia pode alcançar um nível de equilíbrio entre a oferta agregada e a procura agregada, tanto a curto como a longo prazo.  Se a economia de um país no seu agregado de curto prazo se assume como salários nominais constantes, então a intersecção entre a procura agregada e a oferta agregada a curto prazo determina os níveis reais do preço e do PIB real na economia. Uma vez que os salários nominais não mudam para atingir o pleno emprego, o equilíbrio a curto prazo pode ocorrer em níveis inferiores, exatamente, ou acima do PIB potencial. Enquanto no agregado a longo prazo representa a produção máxima que uma economia pode produzir. Assim, se alcançar um equilíbrio a longo prazo, a economia opera a uma produção potencial (pleno emprego). Todos os recursos são plenamente utilizados, pelo que o PIB real real será igual ao PIB potencial.

Para alcançar um equilíbrio entre a oferta e a procura agregadas, tanto a curto como a longo prazo, há, por vezes, flutuações na economia devido aos choques de fatores reais em vez de choques agregados da procura. É pelos novos economistas clássicos que propõem este modelo e consideram as flutuações da oferta agregada como a causa do ciclo económico.

Para responder às causas do ciclo económico, veio a Nova Economia Keynesiana com o pressuposto de que as pessoas e as empresas se comportavam racionalmente e com expectativas racionais e várias ineficiências do mercado - incluindo salários rígidos e concorrência imperfeita. Este fluxo apoia a ideia de preços rígidos através de um conceito chamado custos de menu, e que os custos do menu podem ser atribuídos a ineficiências do mercado. Para que uma empresa altere o preço de bens ou serviços, os custos devem ser incorridos, ou seja, para alterar o preço no catálogo ou menu.

II.                 Formulação de Problemas

Com base no pano de fundo dos problemas descritos, acima pode ser formulado que os problemas levantados neste estudo são:

1)      Como está a política económica a curto e a longo prazo?

2)      Como funciona o Ciclo de Negócios Real?

3)      Como foi a Nova Economia Keynesiana?

 

III.             Elaboração

3.1.       Macroeconomia a curto e longo prazo

O equilíbrio macroeconómico ocorre quando a oferta agregada é igual à procura agregada. A oferta agregada representa a produção total de bens e serviços, enquanto a procura agregada representa o montante total de bens e serviços exigidos na economia. As alterações da procura agregada ou da oferta agregada (ou da oferta agregada) afetam a inflação, o PIB real e a taxa de desemprego.

A macroeconomia distingue conceitos de curto e longo prazo para a oferta agregada. Uma oferta agregada de curto prazo é uma quantidade oferecida quando alguns custos são variáveis. Mas os salários e outros preços de entrada continuam a ser constantes. Os aumentos de preços aumentam os lucros das empresas, levando-as a aumentar a produção. A curva agregada de curto prazo inclina-se para cima (inclinação positiva).

Entretanto, as licitações a longo prazo representam a quantidade oferecida quando os salários e outros preços de entrada são variáveis. Quando o preço sobe, não aumenta os lucros porque os salários e outros preços dos inputs também irão aumentar proporcionalmente. Por conseguinte, o aumento dos preços não afeta o lucro e a quantidade oferecidos. Como resultado, a curva de fornecimento agregada a longo prazo é vertical.

Além disso, a curva da procura agregada é um declive negativo. Por que descer, pode rastreá-lo do efeito de alterações nos níveis de preços (inflação) em componentes da procura agregada, como o consumo doméstico, o investimento empresarial e as exportações líquidas.

Veja-se o consumo doméstico, por exemplo. Quando o nível dos preços desce, a riqueza real aumenta e encoraja as famílias a aumentar o seu consumo (efeito riqueza). O efeito oposto também se aplica quando o nível dos preços sobe.

3.1.1.      Conceito de curto prazo

A oferta agregada a curto prazo pressupõe salários nominais constantes. A intersecção entre a procura agregada e a oferta agregada a curto prazo determina o nível real dos preços reais e do PIB na economia. Uma vez que os salários nominais não mudam para atingir o pleno emprego, o equilíbrio a curto prazo pode ocorrer em níveis inferiores, exatamente, ou acima do PIB potencial.

Fonte:N. Gregory Mankiw, Macroeconomia Sétima Edição, Universidade de Harvard, p. 274

Figura 1a. Equilíbrio macroeconómico de curto prazo

Se o nível de preços estiver acima do equilíbrio, a oferta agregada excede a procura agregada, causando um excesso de oferta. Esta situação faz com que os inventários se acumulem, obrigando os fabricantes a vender os seus inventários a preços mais baixos.

Os níveis de preços mais baixos estão a impulsionar a procura agregada. A queda dos níveis de preços eleva a riqueza real das famílias, empurra as taxas de juro para baixo e impulsiona as exportações. Como resultado, a procura de quatro grandes sectores da economia aumentou.

Figura 1b. Equilíbrio macroeconómico de curto prazo

A situação continua até que a economia atinja o seu novo equilíbrio.

Entretanto, se o nível de preços for inferior ao preço do equilíbrio, há uma escassez na economia. Os fabricantes aumentam os preços para obter mais lucros. E, ao mesmo tempo, a procura agregada diminui devido à tendência de subida do nível de preços. A economia caminhará para o seu novo equilíbrio e a procura agregada equivalerá à oferta agregada.

3.1.2.      Conceito de longo prazo

A oferta agregada a longo prazo representa a produção máxima que uma economia pode produzir. Assim, se alcançar um equilíbrio a longo prazo, a economia opera a uma produção potencial (pleno emprego). Todos os recursos são plenamente utilizados, pelo que o PIB real real será igual ao PIB potencial.

Fonte: N. Gregory Mankiw, Macroeconomia Sétima Edição, Universidade de Harvard, p. 276

 Figura 2a. Equilíbrio Macroeconómico a Longo Prazo

Na realidade, o PIB real real raramente corresponde ao PIB potencial, porque a procura agregada e a oferta agregada a curto prazo estão em constante mudança. Isto faz com que o saldo a curto prazo oscile em torno da curva agregada a longo prazo (PIB potencial). O desvio do PIB real real real do PIB potencial (conhecido como o fosso da produção) constitui uma fase do ciclo empresarial.

Figura 2b.. Equilíbrio Macroeconómico a Longo Prazo

3.1.3.      Lacuna de saída.

a.       Lacuna de saída positiva

Este fosso é também referido como o fosso expansionista. No ciclo de negócios, ocorre geralmente durante a fase final de expansão.

Dentro do gráfico, ocorre quando o ponto de equilíbrio a curto prazo é para o direito da curva de fornecimento agregada a longo prazo. Nessa altura, o PIB real real ultrapassava o PIB potencial.

O diferencial de produção positivo mostra que a procura agregada excede a oferta agregada a longo prazo. Por outras palavras, a capacidade máxima da economia é insuficiente para satisfazer a procura agregada. Isso gera pressão sobre o nível de preço.

Para cobrir a procura agregada, a economia importa bens do estrangeiro. Por conseguinte, durante este período, a balança comercial tenderá a ter um défice devido à elevada procura das importações.

b.      Lacuna de saída negativa

Este fosso é também referido como o fosso deflacionista ou o fosso recessório. Como o nome sugere, isto ocorre geralmente durante contrações ou recessões onde há uma pressão descendente sobre o nível de preço.

Um fosso negativo significa que o PIB real real é inferior ao PIB potencial. A economia está a operar abaixo do seu nível potencial. Alguns recursos estão inativos, gerando uma pressão descendente sobre os níveis de preços dentro da economia. Durante este período, assistir-se-á ao aumento da taxa de desemprego.

Além disso, a taxa de inflação abranda (desinflação) ou pode tornar-se negativa (deflação). Como um bilhete para si. Embora este período se refira a lacunas deflacionistas, nem sempre produz deflação. A pressão descendente sobre os níveis de preços pode resultar numa taxa de inflação mais lenta (desinflação) em vez de deflação.

3.1.4.      Mudança da procura agregada e da oferta agregada

A procura agregada mudará devido a alterações: a). Oferta monetária; b). Impostos; c). Despesas do Governo; d). Confiança do consumidor e das empresas; e). Taxa de câmbio; e f). Crescimento económico global.

Entretanto, alguns dos fatores que mudam a oferta agregada a curto prazo são: a). b). Custo das matérias-primas; c). Taxa de câmbio; d). Impostos sobre as empresas; e). Subsídios; f). Expectativas futuras de preços e lucros; e g). Alterações na quantidade e qualidade dos fatores de produção.

Posteriormente, a oferta agregada a longo prazo ocorre apenas devido a alterações na quantidade e qualidade dos fatores de produção. Aumentará à medida que a quantidade de mão-de-obra, recursos naturais e aumento de capital aumenta. Além disso, a qualidade do capital humano e da tecnologia também contribui para aumentar a oferta agregada a longo prazo através do aumento da produtividade económica.

Assuma que os gastos do governo são reduzidos.

Fonte: N. Gregory Mankiw, Macroeconomia Sétima Edição, Universidade de Harvard, p. 276

Figura 3a.  Equilíbrio macroeconómico

O declínio da despesa pública diminuiu a procura agregada e mudou a curva para AD2. A diminuição da procura agregada fez baixar a produção real (PIB2) e os níveis de preços (P2). Como resultado, o novo equilíbrio a curto prazo está abaixo da produção potencial (lacuna do deflacionista).

Figura 3b.  Equilíbrio macroeconómico

Assim, como é que o PIB real volta ao seu nível potencial. Os economistas têm duas explicações, nomeadamente:

a.      Mecanismo de auto-correcção.

O aumento do desemprego está a obrigar os trabalhadores a competir mais ferozmente pelos postos de trabalho disponíveis. Tendem a aceitar salários mais baixos para manter os rendimentos. É melhor receber um salário menor do que não recebê-lo.

Salários nominais mais baixos reduzem os custos de produção. Isso, por sua vez, aumentará a oferta agregada a curto prazo e devolverá a economia ao pleno nível de emprego (RAES).

b.      Política económica.

Como os economistas keynesianos acreditam, os decisores políticos podem tomar políticas expansionistas para aumentar a procura agregada. Pode ser através da política orçamental ou da política monetária. As opções são:

·         Aumentar a despesa pública

·         Redução de impostos

·         Redução da taxa de política

·         Redução do rácio de requisitos de reserva

·         Operações de mercado aberto através da aquisição de títulos do Estado

A política estimula a procura agregada. O aumento da procura agregada desloca então a sua curva para a direita (de AD2 para AD0) e devolve o PIB real ao seu nível potencial.

3.2.       Ciclo de negócios real

3.2.1.      Definicão

O verdadeiro ciclo empresarial é uma flutuação da economia devido aos choques de fatores reais em vez de choques agregados da procura. Os novos economistas clássicos apresentam este modelo e consideram as flutuações na oferta agregada como a causa do ciclo económico.

A diminuição dos preços dos inputs ou os avanços técnicos aumentam a oferta agregada e deslocam a sua curva para a direita. Inversamente, o aumento dos preços dos inputs diminui a oferta agregada e desloca a sua curva para a esquerda.

Os novos economistas clássicos não defendem a intervenção do governo para influenciar a economia através da procura agregada. Para incentivar o progresso técnico, por exemplo, sugerem reformas do lado da oferta, que ajudem a economia a tornar-se mais eficiente e flexível.

Figura 4a.  Ciclo de negócios real

A figura 4 acima mostra o trabalho do verdadeiro ciclo empresarial nas condições de equilíbrio económico de uma região ou país.

Os economistas definem-na como uma fase ascendente e descendente da atividade económica agregada. Divide-se em quatro períodos:

a.          Expansão económica

b.         Início

c.          Contração económica

d.         Calha

A expansão é um período em que a atividade económica aumenta. Durante a fase, o PIB real e a utilização da capacidade aumentam. Os fabricantes aumentam a produção e criam mais empregos. Assim, a taxa de desemprego está a diminuir e as perspetivas de rendimento estão a melhorar. Ao mesmo tempo, a inflação tende a aumentar devido à elevada procura. O crescimento continua até atingir o  pico, um ponto de viragem antes que o ciclo se transforme em contração.

Quando a economia começa a declinar, chamamos-lhe uma fase de contração. A calha é o ponto mais baixo do ciclo de negócios antes de recuperar e avançar para a expansão, como mostra a Figura 4b.

Figura 4b.  Ciclo de negócios real

Durante a fase de contração da economia, assistiremos a um declínio do PIB real. O negócio reduz a produção, resultando numa diminuição da utilização da capacidade na economia. Estão a tentar agilizar as operações e reduzir a mão-de-obra. Como resultado, a taxa de desemprego está a aumentar e as perspetivas para o rendimento das famílias estão a deteriorar-se. A procura das famílias está a enfraquecer, pelo que a inflação também deverá diminuir.

As quatro fases ocorrem repetidamente com a duração de cada fase variando. Além disso, o ciclo não se aplica apenas a determinados sectores, como todos os sectores da economia passam por fases do ciclo empresarial ao mesmo tempo.

3.2.2.      Assunção do ciclo de negócios real

A teoria do ciclo de negócios real (RBC) usa vários pressupostos importantes, nomeadamente

a.       Os agentes económicos agem sempre racionalmente. Os particulares ou famílias maximizarão a utilidade na compra de bens e serviços. Do mesmo modo, as empresas maximizarão os lucros na produção de bens e serviços. As famílias e as empresas comportam-se da mesma forma, sujeitas aos recursos e limitações tecnológicas que enfrentam.

b.      A nova economia clássica argumenta que a economia está em pleno emprego. Os preços e os salários são totalmente flexíveis e funcionam num mercado competitivo. As flutuações económicas refletem a resposta mais eficiente aos verdadeiros choques por parte dos agentes económicos.

c.       O modelo não inclui dinheiro. Variáveis monetárias como a inflação não têm qualquer efeito sobre a produção económica e o desemprego.

3.2.3. Causas do ciclo empresarial real      

O ciclo empresarial representa operações económicas eficientes em resposta a choques externos. O choque provém de fatores como as mudanças tecnológicas, a segurança e o preço relativo dos inputs.

Por exemplo, a tecnologia conduz ao progresso técnico e à produtividade na economia, tanto para o capital como para o trabalho. Isso aumenta o PIB potencial e desloca a curva agregada de longo prazo para a direita.

A economia precisa de um intervalo de tempo para se ajustar. As ofertas agregadas a curto prazo não saltarão diretamente para o novo equilíbrio. Nem todas as empresas podem adotar a nova tecnologia ao mesmo tempo.

3.2.4.      Críticas ao verdadeiro ciclo de negócios

O verdadeiro modelo de ciclo de negócios proporciona outro ponto de vista sobre o ciclo de negócios. Apesar disso, alguns dos argumentos são irrealistas, como no caso dos salários, do mercado de trabalho e da intervenção governamental.

Além disso, o modelo também ignora o papel do dinheiro na influência da atividade económica. De facto, o dinheiro desempenha um papel significativo, especialmente nos países capitalistas. As mudanças na oferta monetária têm um forte efeito sobre a produção económica, como explica a teoria da quantidade do dinheiro.

3.2.5.      Pontos de vista sobre o fenómeno do desemprego

A teoria do verdadeiro ciclo empresarial acredita que o desemprego é um fenómeno a curto prazo. Consideram o mercado como trabalhando em plena competitividade e operando em concorrência perfeita. As famílias têm informação perfeita sobre o mercado de trabalho, incluindo sobre o equilíbrio salarial, a procura e a oferta de mão-de-obra.

Como resultado, o mercado de trabalho é muito flexível. Os salários baixam ou sobem facilmente para ajustar a oferta e a procura.

Os indivíduos só ficarão desempregados se pedirem salários sobrestimados em vez de salários de equilíbrio. Depois, se baixarem as exigências salariais, podem encontrar um empregador disposto a contratá-los.

Para os críticos, tais opiniões são irrealistas no mundo real. Por exemplo, durante uma recessão, as pessoas podem continuar desempregadas à medida que o emprego diminui. Nem sequer conseguem arranjar emprego, quando procuram emprego e baixaram a reserva salarial.

Outra crítica é a flexibilidade salarial. Os salários não caem necessariamente nem aumentam necessariamente com a procura e a oferta do mercado de trabalho.

No mundo real, os aumentos salariais podem ser mais fáceis do que os declínios salariais. Aceite o caso durante uma recessão. Embora o mercado de trabalho enfrente o excesso de oferta, as empresas não podem baixar os salários. Estão vinculados a um contrato de trabalho com trabalhadores quando contratam pela primeira vez.

3.2.6.      Uma visão do papel do governo

Resumindo, a verdadeira teoria do ciclo empresarial rejeita ideias do Keynesianismo e do Monetarismo. Os novos economistas clássicos argumentam que a política orçamental ou a política monetária não contribuem para influenciar a economia. Ambas as políticas funcionam através de pedidos agregados. Enquanto que a origem dos problemas no ciclo empresarial real é a oferta agregada.

Por isso, acham que o governo não deve intervir na economia. A economia atingirá automaticamente um novo equilíbrio. No caso de progresso técnico, por exemplo, será alcançado um novo equilíbrio quando todas as empresas puderem adotar novas tecnologias. Este processo demora muitas vezes mais tempo do que o ciclo descrito pelo Keynesianismo.

Assim, o verdadeiro modelo de ciclo de negócios acentua o papel da oferta agregada como a causa do ciclo. Consequentemente, as políticas do lado da procura (fiscal e monetária) são ineficazes.

E, claro, quando aplicadas no mundo real, tais explicações são menos completas. Os ciclos de negócios também podem ocorrer devido a choques de procura agregadas. A Grande Depressão nos Estados Unidos, por exemplo, ocorreu devido à crise da crise da procura agregada. Assim, a opinião de Keynes é mais eficaz neste caso.

3.3.       Nova Economia Keynesiana

A Nova Economia Keynesiana é uma escola de pensamento na macroeconomia moderna derivada da Economia Keynesiana. A teoria económica keynesiana original foi publicada na década de 1930; no entanto, os economistas clássicos nas décadas de 1970 e 1980 criticaram e ajustaram a Economia Keynesiana para criar uma Nova Economia Keynesiana.

3.3.1.      Novas Suposições Keynesianas

A nova economia keynesiana vem com dois pressupostos principais.

a.       Que as pessoas e as empresas se comportem racionalmente e com expectativas racionais.

b.      A nova economia keynesiana assumiu uma variedade de ineficiências do mercado - incluindo salários rígidos e concorrência imperfeita.

Os salários fixos referem-se ao facto de os salários de um trabalhador não refletirem necessariamente o desempenho da empresa ou da sua economia; Além disso, diz-se que os salários são mais rígidos para baixo do que para cima devido à relutância dos trabalhadores em receber salários nominais mais baixos. Além disso, a falta de vontade dos trabalhadores em receber salários mais baixos pode resultar num desemprego involuntário.

Para além dos salários rígidos, as suposições da Nova Economia Keynesiana sobre a concorrência imperfeita referem-se a uma situação de mercado que pode incluir monopólios e duopólios. Um duopólio é um tipo de oligopólio, que é caracterizado por duas grandes empresas que operam num mercado ou indústria, produzindo o mesmo ou similar. bens e serviços. Um componente fundamental do duopólio é a forma como as empresas interagem entre si e como se influenciam mutuamente, cartéis e conluio. Isto pode ajudar a explicar os vários efeitos da política fiscal em diferentes empresas do mesmo sector.

3.3.2.      Novas taxas keynesianas de menu

A nova economia keynesiana também apoia a ideia de preços rígidos através de um conceito chamado custos de menu, e que os custos do menu podem ser atribuídos a ineficiências do mercado. Para que uma empresa altere o preço de bens ou serviços, os custos devem ser incorridos, ou seja, para alterar o preço no catálogo ou menu. Alguns argumentam que o custo do menu é pequeno e insignificante para a macroeconomia. No entanto, outros argumentam que, embora o custo do menu seja geralmente baixo para as empresas, não pode ser ignorado. Além disso, aqueles que argumentam a importância dos custos do menu incentivam a ideia de que a alteração do preço dos bens ou serviços serve de externalidade. Ao baixar o preço de um artigo, o rendimento real dos consumidores aumenta, considerando que os bens não são bens inferiores. Bens inferiores Os bens inferiores são tipos de bens cuja procura indica uma relação inversa com o rendimento dos consumidores. Isto significa que a procura de bens diminui juntamente com o aumento do rendimento dos consumidores ou da expansão económica (que geralmente aumentará o rendimento da população) e a procura de bens em toda a indústria aumentará, uma vez que o custo médio dos bens na indústria diminui ligeiramente.

Assim, uma empresa que baixou ligeiramente o seu preço estimulou ligeiramente a economia. No entanto, as empresas geralmente não têm em conta essas externalidades ao decidir se o custo de alteração do preço é maior do que o custo de não o alterar. Como resultado, as empresas não podem alterar rapidamente os preços para satisfazer a procura em mudança.

3.3.3.      Competição Imperfeita

A concorrência imperfeita é outra das causas da ineficiência do mercado descrita pela New Keynesian Economics. Um estudo realizado por Huw Dixon e Gregory Mankiw na década de 1980 concluiu que multiplicadores fiscais poderiam aumentar as ineficiências causadas por mudanças na política fiscal. Em concorrência imperfeita, ou seja, monopólio, a política fiscal Política Fiscal refere-se à política orçamental do governo, que envolve o governo a manipular o nível de despesas e taxas de imposto na economia. O governo usa estas duas ferramentas para monitorizar e influenciar a economia. Esta é uma estratégia irmã para a política monetária. não afeta igualmente todas as empresas, resultando na ideia de um multiplicador fiscal.

Os novos defensores keynesianos argumentam que a razão pela qual os multiplicadores fiscais podem aumentar a ineficiência é porque os salários reais tendem a diminuir na concorrência imperfeita e que as famílias tendem a escolher o lazer em vez do consumo em concorrência imperfeita.

Os apoiantes argumentam ainda que quando o governo promulga a política fiscal para aumentar os gastos, o lazer e o consumo diminuem, para que as famílias trabalhem mais, mas consumam menos. Como resultado, quanto maior for a imperfeição da concorrência, maior é o multiplicador fiscal.

3.3.4.      Eficiência Salarial

A Nova Economia Keynesiana argumenta que o desemprego é causado pela eficiência dos salários. Outra teoria macroeconómica argumenta que o desemprego Desemprego é um termo que se refere a indivíduos que podem ser contratados e encontrar trabalho, mas não conseguem encontrar um emprego. Além disso, as pessoas da mão-de-obra ou grupos de pessoas estão disponíveis para empregos que não têm emprego satisfatório. é um mecanismo de auto-correcção em que uma grande oferta de mão-de-obra suprimirá os salários; Como resultado, à medida que as empresas oferecem salários mais baixos, a procura pelo seu trabalho aumentará, reduzindo assim a oferta de mão-de-obra e o desemprego.

No entanto, a New Keynesian Economics argumenta que os salários impulsionam a produtividade e eficiência dos trabalhadores. É este efeito dos salários na produtividade que faz com que a empresa não baixe os seus salários, o que reduzirá a oferta de mão-de-obra e o desemprego. Além disso, embora uma diminuição dos salários possa reduzir o custo dos salários para a empresa, uma diminuição dos salários também pode diminuir a produtividade, reduzindo assim os lucros da empresa.

Além do aumento dos salários, os novos defensores keynesianos argumentam também que os salários mais elevados diminuem o volume de negócios dos trabalhadores. Se os salários forem reduzidos, os trabalhadores qualificados da empresa podem ir em busca de melhores salários noutro sectores. Além disso, o volume de negócios é dispendioso para as empresas devido ao custo de recrutamento e reconversão de novos colaboradores.


IV.           Resumo


1.      O equilíbrio macroeconómico ocorre quando a oferta agregada é igual à procura agregada. A oferta agregada representa a produção total de bens e serviços, enquanto a procura agregada representa o montante total de bens e serviços exigidos na economia.

2.      Os novos economistas clássicos apresentam este modelo e consideram as flutuações na oferta agregada como a causa do ciclo económico. Os novos economistas clássicos não defendem a intervenção do governo para influenciar a economia através da procura agregada. Para incentivar o progresso técnico, por exemplo, sugerem reformas do lado da oferta, que ajudem a economia a tornar-se mais eficiente e flexível.

3.      A nova economia keynesiana de concorrência imperfeita refere-se a uma situação de mercado que pode incluir monopólios e duopólios. Um duopólio é um tipo de oligopólio, que é caracterizado por duas grandes empresas que operam num mercado ou indústria, produzindo o mesmo ou similar. bens e serviços. Um componente fundamental do duopólio é a forma como as empresas interagem entre si e como se influenciam mutuamente, cartéis e conluio. Isto pode ajudar a explicar os vários efeitos da política fiscal em diferentes empresas do mesmo sector.

4.  Os economistas definem o ciclo empresarial real como as fases crescentes e em queda da atividade   económica agregada  e dividem-se em quatro períodos, nomeadamente o  período de expansão  em que a atividade económica aumenta. Durante a fase, o PIB real e a utilização da capacidade aumentam. Os fabricantes aumentam a produção e criam mais empregos. Assim, a taxa de desemprego está a diminuir e as perspetivas de rendimento estão a melhorar. Ao mesmo tempo, a inflação tende a aumentar devido à elevada procura. O crescimento continua até atingir o  pico, um ponto de viragem antes que o ciclo se transforme em contração. Quando a economia começa a declinar, chamamos-lhe uma fase de contração. A calha é o ponto mais baixo do ciclo empresarial antes de recuperar e avançar para a expansão.


Lista de Referências

1.     Abel, Andrew B. e Ben S. Bernanke. 2011. Macroeconomia. Sete edição. Addison-Wesley Reading, Massachusetts. Os E.U.A. Recuperado da  7ª Edição  Macroeconómica – Unidade PDF

2.        Gordon, Robert J. 2000. A macroeconomia.  Oito edição. Addison-Wesley Reading, Massachusetts. Os E.U.A.

3.   Mankiw, N. Gregory (2016).  Macroeconomia, Sétima Edição, Universidade de Harvard. Recuperado de (Recuperado de) Macroeconomia [9ª Edição] por N. Gregory Mankiw - PDF Drive

4.    Romer, David (1996). Macroeconomia avançada. Uma Divisão das Empresas McGraw Hill. Recuperado de (Recuperado) Advanced Macroeconomics( por David Romer) – PDF Drive